O IRST, ou Sistemas de Busca e Rastreio Infravermelho (Infrared Search and Track) é um sensor que usa a fonte de calor emitida pelo alvo para gerar dados para o sistema de armas de uma aeronave. A partir da década de 1960 e 1970, os soviéticos implantaram unidades IRSTs em seus MiG-23, MiG-31, Su-27 e MiG-29. O intuito era fornecer capacidade de vigilância passiva BVR aos caças e também como um modo de combater a vantagem ocidental em radares e contramedidas eletrônicas.
Destinado a equipar o MiG-29 no início da década de 80, o KOLS (Kvantovuyu Optiko Lokatsyonnaya Stantsya) ou izdeliye 13S (projeto 13S) é um sistema de eletro-óptico produzido pela UOMZ (Urals Optical Mechanical Plant), que combina um sensor térmico não refrigerado desenvolvido pela NPO Geophysica com um telêmetro laser (LRF), o conjunto pesa 78kg. O globo ocular do KOLS está montado em frente ao para-brisa.

Atuando como IRST, o KOLS pode detectar um caça em potência militar, pelo seu aspecto traseiro, a uma distância de até 18km, um MiG-21 foi detectado a 15km com 50% probabilidade de detecção (PD). Não possui capacidade de detectar e rastrear aeronaves de frente. O LRF utilizado para tomar a distância do alvo possui alcance máximo de 6,8km e precisão de 3m. Os limites de varredura máxima, ou campo de observação (Field of Regard- FoR) do IRST são de ±30° (60°) em azimute e +30°/-15° (45°) em elevação.
O IRST opera em vários modos de digitalização. No modo de busca em volume máximo, o campo de visão (FoV) é de ±30° em azimute e ±15° em elevação. Em modo de FoV mais estreito, os limites são de ±15° em azimute e ±15° em elevação, nesse FoV o campo de visão azimutal pode ser deslocado em 15° para cada cada lado. Após detectar o alvo, o sistema pode rastrea-lo a até +30° de elevação. O modo de combate aproximado mantém um FoV com ±2° em azimute e digitaliza +16°/-14° em elevação. O lock-on (trancamento) no alvo mantem um FoV de 4° em azimute por 6° em elevação dentro do FoR. O IRST é capaz de rejeitar flares somente se a assinatura combinada dos flares for menor que o alvo.
Como observado, o intervalo de detecção do KOLS era bastante reduzido. Sua utilidade prática contra aeronaves de caça era limitada, restringia-se à detecção e engajamento de grandes bombardeiros. Mantendo o radar em stand-by, orientado pelo controle de solo e em conjunto com o míssil R-27T/ET, que utilizava um buscador IR, o KOLS permitiria ao MiG-29 engajar de forma passiva e furtiva os grandes bombardeiros da USAF, a interceptação deveria ocorrer pelo aspecto traseiro dos bombardeiros, maximizando o alcance de detecção do KOLS e impedindo o alerta visual.
Em 2005 a UOMZ passou a oferecer uma atualização para sensor original KOLS (projeto 13S) ou KOLS-13S, o novo padrão é chamado de KOLS-13SM. Essa atualização remove alguns problemas ligados à vida útil do sistema original. O principal elemento da modernização foi a substituição da janela do globo ocular por uma nova feita de safira, que torna a vida útil praticamente ilimitada. Um novo design do telêmetro laser mais do que duplicou o alcance do mesmo.
Em 2007 a UOMZ demonstrou o novo KOLS-13SM-1 como uma alternativa aos sistemas OLS-UE e OLS-UEM da NPK-SPP (Scientific and Prodution Corporation Precision Instruments Systems) destinados ao MiG-29/35.
O FoR do KOLS-13SM-1 é de ±60° em azimute e ±55°/-15° em elevação. O alcance de detecção contra um caça em potência militar, de frente, é de 28km, enquanto os sistemas 13S e 13SM anteriores não conseguiam detectar alvos aéreos de frente. O alcance chega a 70km com o mesmo alvo visto pelo aspecto traseiro. Um canal de TV foi adicionado, permitindo a identificação visual do alvo durante o dia.
Atualmente o sistema electro-óptico desenvolvido pela NPK-SPP (Scientific and Prodution Corporation Precision Instruments Systems) de Moscou para equipar a família de caças MiG-29 é o OLS-U (OLS-UE para exportação), que é a versão mais simples e com menor alcance e está presente no MiG-29K/KUB/UPG. O OLS-UM (OLS-UEM para exportação) é a versão mais avançada e está disponível para o MiG-29M/M2 e MiG-35.

Ambas as versões contam com um sensor térmico (IR) operando no infravermelho de ondas médias (MWIR), telêmetro laser (LRF) e câmera de TV. O campo de varredura máxima (FoR) é de ±90° em azimute e +60°/-15° em elevação. O LRF é efeito a até 15km contra alvos aéreos e 20km contra alvos em solo.
Atuando como IRST, o sensor térmico do OLS-U pode detectar um caça (Su-30) em potência militar, de frente, a 15km ou 60km pela retaguarda; um MiG-29 pode ser detectado a 15km e 45km respectivamente. A faixa de detecção do OLS-UM é de 35km contra um caça (Su-30) em potência militar, de frente, e 90km pela retaguarda, mesmo desempenho do OLS-35 da mesma fabricante e destinado ao Su-35S.
O OLS-UE/M possui importantes avanços em relação KOLS-13S originalmente presente no MiG-29. O intervalo de detecção de alvos aéreos e do telêmetro laser (LRF) é 2-3 vezes maior. Além de novos modos e capacidades, por exemplo: rastreamento de até dois alvos aéreos, capacidade de formar imagens térmicas (IIR) e de televisão (TV) para identificação visual do alvo, bem como imagens mistas (IIR+TV).
Ficha Técnica KOLS:
- Sensores: IR, laser
- Modos: IRST, LRF
- Alcance: IRST (18km retaguarda)
- FoR: ±30° azimute, +30°/-15° elevação
- Alvos rastreados: 1
Ficha Técnica KOLS-13SM-1:
- Sensores: IR, TV, laser
- Modos: IRST, TV, LRF
- Alcance: IRST (28km de frente, 70km retaguarda)
- FoR: ±60° azimute, +55°/-15° elevação
- Alvos rastreados: 1
Ficha Técnica OLS-U/M:
- Sensores: IR, TV, laser;
- Modos: IRST, IIR, TV, LRF
- Alcance: IRST OLS-U (15/60km frent/retag)
- Alcance: IRST OLS-UM (35/90km frent/retag)
- FoR: ±90° azimute, +60°/-15° elevação;
- Alvos rastreados: 2
Assinado: Ricardo N. Barbosa